quarta-feira, 25 de agosto de 2010

SALVADOR NO CHÃO (Parte II)


Por: Anna Carvalho*

“Prefeitura inicia demolição de barracas de praia e clima fica tenso na orla marítima de Salvador.”
Por Anna Carvalho*
 
  Homens destruindo Barracas de praia em Salvador

Antes falava do estádio da Fonte Nova sendo esmagado pela ambição e o excesso de arrogância de alguns no Estado da Bahia, tive que me certificar de alguns comentários de pessoas que querem fazer lavagem cerebral, e hoje estou assustada com a falta de isenção e incompetência de alguns repórteres da TV Bahia (no caso em questão: Jonnhy e Georgina em entrevista ao superintende da SUCOM que não funciona em casos de poluição sonora, mas funciona para derrubar barracas de praia. Os dois, numa redundância orientada, só perguntavam o que vai ser do futuro das pessoas que tiveram seu parco patrimônio derrubado, eu respondo: NADA).
Todos já sabem que a mídia em Salvador não tem isenção, é redundante, e sabemos também que a TV Bahia não fala mal do prefeito João Henrique porque ACM Neto tem, no péssimo prefeito de Salvador um comparsa (para não dizer que só falamos contra Lula, adoramos professar a nossa crítica ao PT e ninguém pode tirar isso de nós, é legítimo, apesar de alguns esforços petistas em estabelecer uma ditadura de informação) para alguns fundamentalistas que professam a democracia, aceitar, ler, admitir a opinião divergente é ditadura.

Trator fazendo demolição de Barracas de praia .

Os barraqueiros de Salvador chorando, três mil desempregados a mais na cidade, pais e mães de família abandonados à mercê do favor de uma prefeitura que faz lobby com imobiliárias para sitiar a orla. E a lei que funciona para alguns cai feito um Quasímodo diante do povo, deste que precisa saber votar para que esses canalhas não se mantenham no poder, aliás, uma tal de Maria Luíza, mulher de João Henrique é candidata, seria bom que ela não desse vazão e não ganhasse em sinal de resposta à péssima administração do marido sindrômico. Mas, é triste comentar que as eleições de Salvador estão pífias, não há candidato a se votar, pelos conchavos, pelas agendas políticas, vejo, em pânico, algumas legendas, que servem de piada se não fosse sério demais.
 Orla em  Salvador é devastada.

Salvador tem uma orla linda, mas totalmente desfuncional, pois está abandonada e para alguns que veem uma Salvador próspera (é tão bom ver aquilo que se deseja), não percebe uma cidade sitiada e abandonada para que empresários salivando venham ceifar vidas e numa cidade de acéfalos que veem em obras faraônicas, respostas para uma cidade mais justa, fica a questão:
Como acreditar numa cidade que escolhe os cidadãos que vão sitiá-la? É como disse anteriormente a cidade se propõe a construções de um novo conceito de lar (prédios de luxo como bolhas, pequenas cidades desconectadas da outra cidade que cai em mendicância) e a outra cidade da ruína, da balburdia, da falta de administração, da falta de gestão, de uma política pública de lobby e benesses para quem tem dinheiro.
Para quem acredita nos vampiros de “Crepúsculo”, em Papai Noel, duendes e que Lula é o pai dos pobres, finalizo o meu texto sem falar dos homens e mulheres que ontem morreram com as suas possibilidades de futuro, sem passado e sem a tolerância de uma cidade que cai bem quando derrubada por poderosos. Não falei da orla abandonada e de uma Salvador que é estranha e tolera, com indiferença, a pobreza, o desemprego e o sonho de uma cidade que se confessa futurista para turista vir fazer xixi nas estrelas do axé... Aguardemos fevereiro.
No final da tarde de hoje, barraqueiros queimaram entulhos das barracas no bairro de Ondina.
Cena lamentável: funcionários da Sucom quebram as paredes de uma das barracas para retirar equipamentos. 
Tratores trabalham desde a manhã da segunda-feira, 23, para demolir os estabelecimentos. Agentes da Polícia Federal garantiram apoio aos funcionários da Sucom. 

Destroços das barracas ficaram expostos sobre a areia da praia..

Em uma das praias, os barraqueiros organizaram um protesto para impedir a ação da prefeitura e até agora o clima é tenso. Os manifestantes usam mesas, guarda-sol e outros materiais para impedir a passagem das máquinas.

Barraqueiros fazendo  protesto.

No total, mais de 300 barracas devem ser destruídas. A decisão atende a uma determinação da Justiça (*que provavelmente nem se deu ao trabalho de ir aos locais verificar a real situação desses trabalhadores), que considera que as estruturas foram montadas em uma área da União e não têm projeto de saneamento adequado.

* Anna Carvalho é professora de literatura em Salvador e co-autora de Elenilson Nascimento em “Clandestinos” (2010) e “Diálogos Inesperados Sobre Dificuldades Domadas”(2005).

Um comentário:

  1. Pode cre, nego véi!!

    Tudo que não começa bem, não termina bem!!!

    No começo houve uma ocupação desordenada da orla da cidade, e todo mundo sempre soube disso, e ninguém fez nada acerca do que sempre aconteceu. Aí então veio uma sequência de erros de tudo quanto foi lado, prefeitura, governo e por aí vai ...

    Resultado .... perda de tempo, dinheiro, e o que é pior, a solução parece está cada vez mais longe ...

    Como a corda sempre quebra do lado mais fraco, parece que o que menos importa é a situação dos barraqueiros, lamentável ...isso ainda vai render muito, anotem!!!


    Paulo Brazil!
    Garoto problema.

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